A história do Natal
Lucas ? Capitulo 1/2
Mateus ? Capitulo 1/2
Nos dias de Herodes, rei da Judéia, houve um sacerdote chamado Zacarias, do turno de Abias. Sua mulher era das filhas de Arão e se chamava Isabel.
Ambos eram justos diante de Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os preceitos e mandamentos do Senhor.
E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, sendo eles avançados em dias.
Ora, aconteceu que, exercendo ele diante de Deus o sacerdócio na ordem do seu turno, coube-lhe por sorte,
segundo o costume sacerdotal, entrar no santuário do Senhor para queimar o incenso;
e, durante esse tempo, toda a multidão do povo permanecia da parte de fora, orando.
E eis que lhe apareceu um anjo do Senhor, em pé, à direita do altar do incenso.
Vendo-o, Zacarias turbou-se, e apoderou-se dele o temor.
Disse-lhe, porém, o anjo:
Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida; e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, a quem darás o nome de João.
Em ti haverá prazer e alegria, e muitos se regozijarão com o seu nascimento.
Pois ele será grande diante do Senhor, não beberá vinho nem bebida forte e será cheio do Espírito Santo, já do ventre materno.
E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus.
E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado.
Então, perguntou Zacarias ao anjo:
Como saberei isto? Pois eu sou velho, e minha mulher, avançada em dias.
Respondeu-lhe o anjo:
Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para falar-te e trazer-te estas boas-novas.
Todavia, ficarás mudo e não poderás falar até ao dia em que estas coisas venham a realizar-se; porquanto não acreditaste nas minhas palavras, as quais, a seu tempo, se cumprirão.
O povo estava esperando a Zacarias e admirava-se de que tanto se demorasse no santuário.
Mas, saindo ele, não lhes podia falar; então, entenderam que tivera uma visão no santuário. E expressava-se por acenos e permanecia mudo.
Sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para casa.
Passados esses dias, Isabel, sua mulher, concebeu e ocultou-se por cinco meses, dizendo:
Assim me fez o Senhor, contemplando-me, para anular o meu opróbrio perante os homens.
No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria.
E, entrando o anjo aonde ela estava, disse:
Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo.
Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria esta saudação.
Mas o anjo lhe disse:
Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus.
Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus.
Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai;
ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim
Então, disse Maria ao anjo:
Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?
Respondeu-lhe o anjo:
Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.
E Isabel, tua parenta, igualmente concebeu um filho na sua velhice, sendo este já o sexto mês para aquela que diziam ser estéril.
Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas.
Então, disse Maria:
Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra.
E o anjo se ausentou dela.
Naqueles dias, dispondo-se Maria, foi apressadamente à região montanhosa, a uma cidade de Judá,
entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel.
Ouvindo esta a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre; então, Isabel ficou possuída do Espírito Santo.
E exclamou em alta voz:
Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre!
E de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor?
Pois, logo que me chegou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criança estremeceu de alegria dentro de mim.
Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor.
Então, disse Maria:
A minha alma engrandece ao Senhor,
e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador,
porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada,
porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome.
A sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem.
Agiu com o seu braço valorosamente; dispersou os que, no coração, alimentavam pensamentos soberbos.
Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes.
Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos.
Amparou a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se da sua misericórdia
a favor de Abraão e de sua descendência, para sempre, como prometera aos nossos pais.
Maria permaneceu cerca de três meses com Isabel e voltou para casa.
A Isabel cumpriu-se o tempo de dar à luz, e teve um filho.
Ouviram os seus vizinhos e parentes que o Senhor usara de grande misericórdia para com ela e participaram do seu regozijo.
Sucedeu que, no oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias.
De modo nenhum! Respondeu sua mãe. Pelo contrário, ele deve ser chamado João.
Disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que tenha este nome.
E perguntaram, por acenos, ao pai do menino que nome queria que lhe dessem.
Então, pedindo ele uma tabuinha, escreveu: João é o seu nome. E todos se admiraram.
Imediatamente, a boca se lhe abriu, e, desimpedida a língua, falava louvando a Deus.
Sucedeu que todos os seus vizinhos ficaram possuídos de temor, e por toda a região montanhosa da Judéia foram divulgadas estas coisas.
Todos os que as ouviram guardavam-nas no coração, dizendo: Que virá a ser, pois, este menino? E a mão do Senhor estava com ele.
Zacarias, seu pai, cheio do Espírito Santo, profetizou, dizendo:
Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo,
e nos suscitou plena e poderosa salvação na casa de Davi, seu servo,
como prometera, desde a antiguidade, por boca dos seus santos profetas,
para nos libertar dos nossos inimigos e das mãos de todos os que nos odeiam;
para usar de misericórdia com os nossos pais e lembrar-se da sua santa aliança
e do juramento que fez a Abraão, o nosso pai,
de conceder-nos que, livres das mãos de inimigos, o adorássemos sem temor,
em santidade e justiça perante ele, todos os nossos dias.
Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor, preparando-lhe os caminhos,
para dar ao seu povo conhecimento da salvação, no redimi-lo dos seus pecados,
graças à entranhável misericórdia de nosso Deus, pela qual nos visitará o sol nascente das alturas,
para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.
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Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.
Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente.
Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo:
José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.
Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta:
Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).
Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher.
Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.
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Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se
Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria.
Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade.
José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi,
a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.
Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias,
e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.
Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite.
E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor.
O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo:
é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura.
E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo:Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.
E, ausentando-se deles os anjos para o céu, diziam os pastores uns aos outros: Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer.
Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada na manjedoura.
E, vendo-o, divulgaram o que lhes tinha sido dito a respeito deste menino.
Todos os que ouviram se admiraram das coisas referidas pelos pastores.
Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no coração.
Voltaram, então, os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora anunciado.
Completados oito dias para ser circuncidado o menino, deram-lhe o nome de JESUS, como lhe chamara o anjo, antes de ser concebido.
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Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém.
E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.
Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém;
então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer.
Em Belém da Judéia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta:
E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel.
Com isto, Herodes, tendo chamado secretamente os magos, inquiriu deles com precisão quanto ao tempo em que a estrela aparecera.
E, enviando-os a Belém, disse-lhes:
Ide informar-vos cuidadosamente a respeito do menino; e, quando o tiverdes encontrado, avisai-me, para eu também ir adorá-lo.
Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente os precedia, até que, chegando, parou sobre onde estava o menino.
E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo.
Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra.
Sendo por divina advertência prevenidos em sonho para não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra.
Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar.
Dispondo-se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito;
e lá ficou até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta: Do Egito chamei o meu Filho.
Então, se cumpriu o que fora dito por intermédio do profeta Jeremias:
Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto, {choro} e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável porque não mais existem.
Tendo Herodes morrido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e disse-lhe:
Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino.
Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel.
Tendo, porém, ouvido que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; e, por divina advertência prevenido em sonho, retirou-se para as regiões da Galiléia.
E foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito por intermédio dos profetas: Ele será chamado Nazareno.
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