[...] eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. (João 10.10)
A vida plena, não. A Vida Plena. A escolha feita pela Igreja Metodista desde os idealizadores do Movimento em terras inglesas, no século que marcou o início da substituição da produção manual pela produção industrializada, foi pelo modo de praticar a vida segundo o modelo inaugurado por Jesus Cristo. Assim, a proposta de vida plena para alguns, pelo conforto que a produção em massa prometia, foi questionada e teve, pelo Movimento, a afirmação de uma via alternativa: a Vida Plena, para todos. De lá o movimento alcançou as colônias inglesas na América do Norte, e com sua afirmação de liberdade para todos, como fruto do engajamento na prática dessa Vida, contribuiu decisivamente na construção de uma nova nação. Mas a América é, na verdade, três; então o movimento do norte, já institucionalizado como igreja, alcança as outras geografias do novo mundo.
O Brasil, às vésperas do século XX procurava acelerar seus passos a fim de mostrar que poderia europeizar-se, mesmo que à custa de derrubada de cortiços e com modificações assombrosas nas estruturas arquitetônicas, ambientais e urbanas. Mas era da América do Norte que a novidade chegava com maior intensidade. A República precisava de um modelo ético e educacional alternativo ao modelo religioso que ainda tinha influência jesuítica: era necessária uma nova mentalidade; para tanto, novos modos mais liberais de cultuar e de escolarizar-se, valendo-se das novidades que os missionários traziam do norte, interessaram ao sudeste do país.
No Rio Grande do Sul, que ainda lembrava as marcas de uma revolução que sustentou contra o império por dez anos, chega, via banda oriental do Uruguai, o Movimento com forte influência da igreja do norte dos Estados Unidos. A estratégia seguiu o modelo histórico: pregação e ensino. No fundo, educação religiosa e científica. Hoje, são 5 grandes instituições educacionais seculares, contemplando, em seu conjunto, educação básica e superior, localizadas na fronteira-oeste, centro do Estado, planalto e capital; e, na educação teológica, 1 Instituto Teológico. São 44 igrejas locais (sendo destas, uma catedral), 37 Congregações, 10 Pontos Missionários, 46 presbíteros/as, 3 pastores/as, 16 missionários designados e 13 seminaristas. Porém, como o mais importante nessa estrutura, a 2ª Região Eclesiástica possui um povo que cultua e trabalha pelo Reino de Deus com o “coração aquecido”. Quatro templos na Região têm mais de cem anos de história: Uruguaiana, Alegrete, Bento Gonçalves, Passo Fundo e Porto Alegre.
São novos tempos que vivemos no século XXI. Muita coisa mudou, e não poderia ser diferente. Se o mundo não está mais sob o medo de um conflito entre duas superpotências com capacidade para destruir o planeta (não a Criação), vive-se hoje outros medos: fanatismos, desrespeito à vida humana, banalização do mal, descartabilidade, contatos superficiais, instabilidade emocional, insegurança, paranoias jamais vistas, etc. A oferta de alternativas ao Evangelho, para o desenvolvimento de uma espiritualidade “sadia” é enorme, e inclui, desde livros “mágicos” de autoajuda até tentativas de espiritualizar-se com recentes descobertas da física quântica. Mas esse é o mundo que temos hoje. O mundo passado não existe mais e não deve, por isso, ser nostalgicamente lamentado. Mas o mundo futuro também não existe, ele precisa ser construído.
Alinhada aos documentos Credo Social, Plano para a Vida e a Missão da Igreja (PVMI), Diretrizes para a Educação na Igreja Metodista (DEIM), Plano Nacional Missionário (PNM), Plano Regional Missionário (PRAM) além de orientações canônicas e episcopais e de órgãos da Igreja, a Segunda Região vem desempenhando-se no estado do Rio Grande do Sul na responsabilidade de, como parte da Igreja no país, na América Latina e no mundo, trabalhar pelo Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo, semeando sinais de vida em um mundo marcado por sinais de morte. Reino que “é o alvo do Deus Trino e significa o surgimento do novo mundo, da nova vida, do perfeito amor, da justiça plena, da autêntica liberdade e da completa paz” (PVMI).
Assim, a Segunda Região Eclesiástica da Igreja Metodista, fiel à organização conciliar da Igreja no país e ao modo gaúcho de fazer igreja e praticar o Evangelho, teve a realização de seu quadragésimo segundo Concílio Regional, realizado em São Leopoldo, no período de 3 a 6 de dezembro de 2015, sob a presidência do Reverendíssimo Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa. Nesse Concílio, a Igreja Metodista gaúcha avaliou sua caminhada e firmou seu planejamento que leva por tema para o biênio “Por uma igreja saudável, acolhedora, capacitadora e missionária”, com a consciência de que “o propósito de Deus é, reconciliar consigo mesmo o ser humano, libertando-o de todas as coisas que o escravizam, concedendo-lhe uma nova vida à imagem de Jesus Cristo, através da ação e poder do Espírito Santo, a fim de que, como Igreja, constitua neste mundo e neste momento histórico, sinais concretos do Reino de Deus” (PVMI).
Colaboradores de Deus nesse propósito, nossa convicção de que a Vida Plena deixou de ser uma promessa e passou a ser uma realidade com Jesus Cristo cresce e se fortalece. Cabe a nós, como Igreja Metodista na Segunda Região Eclesiástica, torná-la cada vez mais visível e acessível para todos, promovendo a dignidade humana, em oposição aos sinais de morte que campeiam soltos no mundo e implementando sinais de Vida. Assim, a vida plena será Vida Plena, na certeza do Reino.
Com estas palavras de apresentação e registrando nosso agradecimento à sra. Ana Maria Marques Garin e ao rev. Norberto da Cunha Garin pela valiosa contribuição na realização do nosso trabalho, colocamos nas mãos dos irmãos e irmãs o documento Atas e Documentos do 42º Concílio Regional da Segunda Região Eclesiástica da Igreja Metodista.
Profª Graciela Duarte Rito Rodrigues Aço,
Prof. Dr. Edgar Zanini Timm,
Editores de Atas e Documentos 42º CR/IM/II RE.
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