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fonte: Expositor Cristão




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150 Anos de Metodismo no Brasil

Junius Estaham Newman, pastor metodista e Superintendente Distrital, foi o pioneiro da obra metodista permanente no Brasil. “J. E. Newman, recomendado para a Junta de Missões para trabalhar na América Central ou Brasil”: essa foi a nomeação que ele recebeu em 1866, na Conferência Anual. Após ter servido durante a Guerra Civil Americana como capelão às tropas do Sul, observou que muitos/as metodistas do Sul emigraram para as Américas do Sul e Central e acompanhou-os/as.

A Guerra deixou endividada a Junta, sem possibilidade de enviar obreiros/as para qualquer local. Newman financiou sua própria vinda ao Brasil, com suas modestas economias. Chegou ao Rio de Janeiro em agosto de 1867, mas fixou residência em Saltinho, cidade próxima a Santa Bárbara d’Oeste, província de São Paulo. Desde 1869, pregou aos/às colonos/as, e, dois anos mais tarde, no terceiro domingo de agosto, organizou o “Circuito de Santa Bárbara”.

Os dez primeiros anos de trabalho com os/as brasileiros/as

Igreja Metodista em Piracicaba

Igreja Metodista em Piracicaba

O período entre 1876 e 1886 é geralmente denominado de “Missão Ransom”, visto que ele organizou toda a estrutura. Ele não teve pressa para estabelecer o campo de trabalho: descartou Piracicaba, fez um reconhecimento do Rio Grande do Sul, mas escolheu o Rio de Janeiro como centro estratégico para propagar o metodismo. J. J. Ransom iniciou sua pregação mais tarde, a fim de dominar o português. Em janeiro de 1878, iniciou sua pregação em inglês e em português, no Rio de Janeiro.

Os/as primeiros/as brasileiros/as foram recebidos/as à comunhão da Igreja em março de 1879, sem serem rebatizados/as. No mês de julho seguinte, quatro pessoas da família Pacheco foram recebidas.

Ransom casou-se com Annie Newman no Natal de 1879, que veio a falecer em meados do ano seguinte. Ele regressou aos Estados Unidos em busca de mais pessoas dispostas a contribuir na tarefa missionária no Brasil. Voltou, dois anos depois, com James L. Kennedy, Marta Watts e o casal Koger. Todos contribuíram na expansão geográfica da missão e também para a educação.

A educadora Marta Watts veio como missionária com a tarefa de educar crianças e moças brasileiras. O Colégio Piracicabano, primeiro educandário metodista no Brasil, foi fundado em 13 de setembro de 1881, com a matrícula de apenas uma aluna, Maria Escobar. Fatores como capacidade e dedicação da diretora e o novo método do Colégio chamaram novas alunas a partir do ano seguinte.

O educandário foi a semente para a Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), criada em 1975. Frances S. Koger, ou simplesmente Fannie, fundou uma escola para crianças pobres em Piracicaba, demonstrando, assim, o interesse pela educação de crianças pobres, um fato que não é tão conhecido. Além dos missionários fundadores das principais igrejas – Ransom, Rio de Janeiro, 1879; Koger, Piracicaba, 1881, e São Paulo, 1884; e Kennedy, Juiz de Fora, 1884 -, destacam-se, por exemplo, três obreiros leigos que precederam Kennedy na preparação do trabalho em Juiz de Fora e outros primeiros obreiros leigos.

Bernardo de Miranda, Ludgero de Miranda, Felipe Relave de Carvalho e Justiniano de Carvalho receberam nomeação episcopal em 1886. Na Conferência Anual de 1887, com exceção de Ludgero, todos foram admitidos à Conferência em caráter de experiência. Mas na Conferência Anual de 1890, o bispo J. C. Granbery admitiu os quatro obreiros, ordenando-os diáconos. Algum tempo depois, leigas foram chamadas de “Mulheres da Bíblia”, ocupando-se com visitações e leitura da Bíblia com outras mulheres. Em 1° de janeiro de 1886, foi publicada a primeira edição do Metodista Católico, atual Expositor Cristão.

Conferência Anual

Em setembro de 1886, foi realizada a Conferência Anual (que hoje equivale a um Concílio Geral), na capela da Igreja Metodista no Catete, em 16 de setembro de 1886, abrangendo duas coisas diferentes: área geográfica e assembleia metodista anual. O território metodista no Brasil possuía quatro centros principais:

Catete (Rio de Janeiro): com duas congregações – estrangeira (com pregação em inglês) e brasileira, totalizando 63 membros. Um novo templo foi inaugurado em 5 de setembro de 1886, às vésperas da Conferência Anual.

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São Paulo:
 tinha apenas 13 membros arrolados, mas sem propriedades.

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Juiz de Fora e Piracicaba: possuíam templos modestos, com 31 e 70 membros, respectivamente. Nos quatro centros principais e em outros menores contavam-se 214 membros arrolados e seis pregadores locais.

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A Conferência Anual formulava a estratégia da região; os itinerantes (pregadores), que eram avaliados com relação ao seu trabalho e seu caráter e recebiam nomeação do Bispo.

Um motivo primordial tornava essencial a organização de uma Conferência Anual: reconhecer, com urgência, o metodismo brasileiro como pessoa jurídica, uma ênfase da 2ª Conferência Anual Missionária, em julho de 1886. O governo imperial não reconheceu a Junta de Missões como pessoa jurídica. Somente na República que a Conferência Anual foi reconhecida como pessoa jurídica, para desapontamento da liderança da Igreja daquela época.

A necessidade de organizar uma Conferência foi reconhecida pela Conferência Geral da Igreja Metodista Episcopal Sul, que deu autorização para o primeiro Bispo visitar a Missão, para constituir a Conferência. Em virtude dos poucos membros com que a Conferência contaria, o bispo Granbery quase desistiu de realizá-la. Os/as obreiros/as nacionais ainda não eram itinerantes; Newman foi rebaixado para pregador local na Conferência dos EUA; Koger havia morrido, em janeiro de 1886, e Ransom foi “devolvido” em agosto daquele ano.

Apenas o chamado “Trio de Ouro” participou do evento: Kennedy (evangelista, construtor de igrejas e o historiador do metodismo brasileiro, com o livro “Cincoenta Annos de Methodismo no Brasil”); Tarboux (pregador e pastor das principais Igrejas Metodistas e primeiro bispo da Igreja Metodista do Brasil, eleito em 1930) e Tucker (agente da Sociedade Bíblica Americana e fundador do Instituto Central do Povo). O Bispo convocou os três membros para a organização da Conferência Anual.




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