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PALAVRA DO BISPO

UMA REFLEXÃO EM Rm 12.1-2


  O que é ser protestante hoje? Essa não é uma pergunta fácil de responder. A própria Reforma Protestante deu-se em condições e circunstâncias específicas ao século XVI, no qual hegemonia política e religiosa do catolicismo concedia poder e autoridade de interferência estatal, notadamente na Europa. Portanto, tratou-se de um movimento de descontentamento da nobreza e da burguesia emergente, para quem a presença totalitária da Igreja já não atendia aos interesses de uma sociedade em transformação.

O monge alemão Martinho Lutero capilarizou esse descontentamento, dando- -lhe o caráter de reforma religiosa, à luz das 95 teses que fixou na porta da Igreja de Wittenberg, contestando, entre as quais, a venda de indulgências, a centralização do poder papal, a concentra- ção de terras, entre outras. O espírito da Reforma vai estender-se a outros países com outras lideranças, como João Calvino, João Knox, Ulrich Zwinglio e outros. Reflexos no Metodismo

A despeito das questões de natureza político-econômicas, pode-se dizer que a Reforma Protestante foi, fundamentalmente, baseada em princípios doutrinários: A salvação pela fé, e não por obras humanas; a afirmação da Bíblia como fonte absoluta da verdade revelada; o fortalecimento do Batismo e da Eucaristia como os sacramentos válidos; ou seja, somente a fé, somente as Escrituras, somente Cristo, somente a Graça, e Glória somente a Deus.

Apesar das possíveis contradições, este é o grande legado da Reforma Protestante ao Cristianismo. Como metodistas, não passa desapercebido o fato de que um dos marcos fundamentais do movimento wesleyano foi a reunião da Rua Aldersgate, em 24 de maio de 1738, quando John Wesley tem a experiência do “coração aquecido”.

Pois isso aconteceu exatamente quando um comentário de Martinho Lutero era lido sobre o livro de Romanos, tratando da justificação pela fé. E, num outro contexto histórico, um movimento de renovação, na busca por reforma, aconteceu pelo protagonismo de um homem inconformado com a prática religiosa de sua época e pelo cenário social da Inglaterra.

O legado do metodismo foi o de estabelecer um caminho para a vida cristã, fundamentado, bíblica e doutrinariamente, em atos de piedade pessoal e obras de misericórdia social. Protestantismo Aqui Podemos dizer que a Reforma Protestante e o Movimento Metodista se estabeleceram a partir do primado da inconformidade cristã ante o erro, a injustiça, a vida em sociedade sem os valores do Evangelho de Cristo: transformação às pessoas e à própria sociedade; começar pela comunidade de fé.

Vivemos um tempo de acelerada fragmentação do segmento evangélico, acompanhada de uma forte tendência para as ações congregacionais e antidenominacionais, paradoxalmente. Ou seja, o fortalecimento da identidade confessional e, paralelamente, a desconstituição das outras denominações.

Essa identidade não está, necessariamente, ligada às grandes teses ou pressupostos bíblico-doutrinários, que moveram os movimentos de reforma e de avivamento ao longo da história da Igreja, mas ao cará- ter pragmático de nossos tempos, na busca de resultados e expectativas de uma sociedade de consumo, cada vez mais exigente a detalhes que atendam às suas necessidades.

Assim, as doutrinas da Graça Preveniente, da Salvação pela Fé, da Centralidade da Bíblia, da Justificação plena em Cristo, da busca da Santidade Pessoal e Social, não são decisivas para o convite às pessoas de denominações diferentes para pregar, ou grupos não denominacionais ministrarem a adoração da Igreja.

Estamos vivendo, neste momento pós-denominacional, o imperativo das formas sobre o conteúdo bíblico, em que a figura dos/as pastores/ as-políticos/as-donos/as-de- -igrejas e a introdução de elementos judaizantes são evidências dessa tendência. Perspectivas Por outro lado, podemos perceber que os elementos doutrinários constituintes da Reforma estão presentes em ações pessoais e projetos comunitários que resgatam a paixão evangelística por alcançar vidas para Cristo, da ênfase do discipulado cristão como uma forma de pastoreio comunitário, centralizado no convívio além do púlpito, e no alcance de novas frentes missionárias, como condição necessária para a expansão do Reino de Deus.

Assim, as ações educacionais, sociais e missionárias da Igreja mantêm o espírito inconformado da Reforma, na busca de permanente renovação, na dimensão wesleyana de “reformar a nação, reformar a igreja e reformar o mundo”. Isto sem esquecermos que, no plano político e social, a situações dos imigrantes, especialmente das crianças, o assassinato da juventude negra e pobre, a violência contra a mulher e os atos de intolerância religiosa, se constituem em agenda para homens e mulheres movidos pela inconformidade evangélica, certamente.

 

Luiz Vergilio Batista da Rosa - Pastor e Bispo Presidente da Igreja Metodista na 2ªRE




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